A carne herdada: narrativas e vozes sociais em Clarice Lispector

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Fruto de uma época que permite e sugere uma literatura que expõe o pensar-se a si própria como uma sua própria necessidade, horizonte e abismo de um tempo histórico, a narrativa clariceana saber tomar a si seu peso. Tramada em seu encorpa-mento de linguagem, tal narrativa traz e gera sentidos que a atravessam e são intercambiantes, não tem lugar definido, nem no princípio nem ao cabo.
No livro A paixão segundo G.H., por exemplo, a excruciante experiência da protagonista não termina, mas traz em si seus ritmos e ciclos, na vertiginosa busca de imanência, de contato direto com a coisa-em-si e a posterior “desistência”, na constatação da necessária mediação da linguagem entre o que se sabe e sente, e o que se precisa dizer .
Na obra de Clarice, há a percepção da linguagem como um estorvo e um possível humano, um fracasso e uma glória, um percurso inevitável. Luiz Antonio Mousinho

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Fruto de uma época que permite e sugere uma literatura que expõe o pensar-se a si própria como uma sua própria necessidade, horizonte e abismo de um tempo histórico, a narrativa clariceana saber tomar a si seu peso. Tramada em seu encorpa-mento de linguagem, tal narrativa traz e gera sentidos que a atravessam e são intercambiantes, não tem lugar definido, nem no princípio nem ao cabo.
No livro A paixão segundo G.H., por exemplo, a excruciante experiência da protagonista não termina, mas traz em si seus ritmos e ciclos, na vertiginosa busca de imanência, de contato direto com a coisa-em-si e a posterior “desistência”, na constatação da necessária mediação da linguagem entre o que se sabe e sente, e o que se precisa dizer .
Na obra de Clarice, há a percepção da linguagem como um estorvo e um possível humano, um fracasso e uma glória, um percurso inevitável. Luiz Antonio Mousinho