De Rerum natura – Livro II

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Não há sinal de antecessores epicuristas na obra de Lucrécio. Cícero que curou a edição dos versos, não nos dá possibilidade de analisar essa questão, pois não o põe em cena em seus diálogos, pois na verdade seus interlocutores são homens de política e filosofia. Mas pode-se pensar também em Ático, apolítico e epicurista, que talvez tenha orientado a edição dessa obra. Apesar de ser reconhecida como obra atraente no estilo, não se faz menção dela pela degradação dos valores autênticos da filosofia e da religião. Isso pode explicar esse silêncio, ainda que Cícero seja tido como intelectualmente honesto.
É interessante notar que Cícero não vê como superstição a religião; no De Divinatione ele ataca a primeira resguardando a segunda. A visão dos dois autores é contrastante, daí o silêncio sobre aquilo que é oposto. Se bem que há uma referência em De Finibus II, 102 que remete a De Rerum Natura I 74, mas é muito pouco diante de tanta importância. Se os predecessores de Lucrécio não tinham estilo e não persuadiam pela razão, Cícero achou na obra de Lucrécio o que ele mesmo procurava dar à sua, estilo e razão, o que justifica seu cuidado com a edição póstuma.

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Não há sinal de antecessores epicuristas na obra de Lucrécio. Cícero que curou a edição dos versos, não nos dá possibilidade de analisar essa questão, pois não o põe em cena em seus diálogos, pois na verdade seus interlocutores são homens de política e filosofia. Mas pode-se pensar também em Ático, apolítico e epicurista, que talvez tenha orientado a edição dessa obra. Apesar de ser reconhecida como obra atraente no estilo, não se faz menção dela pela degradação dos valores autênticos da filosofia e da religião. Isso pode explicar esse silêncio, ainda que Cícero seja tido como intelectualmente honesto.
É interessante notar que Cícero não vê como superstição a religião; no De Divinatione ele ataca a primeira resguardando a segunda. A visão dos dois autores é contrastante, daí o silêncio sobre aquilo que é oposto. Se bem que há uma referência em De Finibus II, 102 que remete a De Rerum Natura I 74, mas é muito pouco diante de tanta importância. Se os predecessores de Lucrécio não tinham estilo e não persuadiam pela razão, Cícero achou na obra de Lucrécio o que ele mesmo procurava dar à sua, estilo e razão, o que justifica seu cuidado com a edição póstuma.