DOIS LIVROS: De quase nada se faz um poema / …e nada aconteceu comigo

R$60.00

São dois livros. Não pode ser vendido separadamente.

“Hildeberto Barbosa Filho amadurece e endurece recorrendo às raízes. Sua poesia de agora espelha o sol inclemente do Cariri que parece queimar mais plantas que nascem de pedras por acaso do que participar da urdidura da clorofila. À medida que o tempo passa, ele descobre na aspereza cinzenta de sua paisagem de origem, além da feiúra aparente, uma beleza secreta, para iniciados, que ele passou a apreciar assim como também passou a celebrar como poucas vezes as profundezas do silêncio de estepes sem vento. {…} É como se a forma desdissesse o conteúdo e a respiração cortasse o soluço. O luxo do verso abundante, quase um discurso a interromper a matraca, reforça pelo avesso a pregação permanente da ideologia da escassez, que nos leva na obra poética dele à exposição da carência como forma de verter até a última gota de vinho amargo no cálice da paixão. {…} Este livro é para ser lido vagarosamente. Quando o leitor acaba, foi tudo muito rápido. Mas aprenda que brevidade nada tem a ver com facilidade. Ela também se conquista com a experiência. Experimente reler e, depois, repita. Faça-o à exaustão. Aprenderá, como eu, que só então sentirá o peso de cada palavra e a verá gotejar na secura alva da página impressa”.

José Nêumanne Pinto, em Apresentação ao livro Dançar com facas (2016)

Descrição

São dois livros. Não pode ser vendido separadamente.

“Hildeberto Barbosa Filho amadurece e endurece recorrendo às raízes. Sua poesia de agora espelha o sol inclemente do Cariri que parece queimar mais plantas que nascem de pedras por acaso do que participar da urdidura da clorofila. À medida que o tempo passa, ele descobre na aspereza cinzenta de sua paisagem de origem, além da feiúra aparente, uma beleza secreta, para iniciados, que ele passou a apreciar assim como também passou a celebrar como poucas vezes as profundezas do silêncio de estepes sem vento. {…} É como se a forma desdissesse o conteúdo e a respiração cortasse o soluço. O luxo do verso abundante, quase um discurso a interromper a matraca, reforça pelo avesso a pregação permanente da ideologia da escassez, que nos leva na obra poética dele à exposição da carência como forma de verter até a última gota de vinho amargo no cálice da paixão. {…} Este livro é para ser lido vagarosamente. Quando o leitor acaba, foi tudo muito rápido. Mas aprenda que brevidade nada tem a ver com facilidade. Ela também se conquista com a experiência. Experimente reler e, depois, repita. Faça-o à exaustão. Aprenderá, como eu, que só então sentirá o peso de cada palavra e a verá gotejar na secura alva da página impressa”.

José Nêumanne Pinto, em Apresentação ao livro Dançar com facas (2016)