Enéada VI: livro I (Introdução, tradução e notas: Juvino A. Maia)

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Tratado em que se faz a crítica às Categorias de Aristóteles (§ 1-24) e aos estoicos (§ 25-30). Os que buscaram a essência do que é, seja por gêneros seja por categorias, não seguiram a divisão completa desde os inteligíveis, que ficaram de fora, e se concentraram nas categorias do mundo sensível, assim não podem ser de modo homônimo ou sinônimo, pela definição de Aristóteles nas Categorias I 1a 1-15. Pois os gêneros não podem ser homônimos ao designar pela mesma razão um homem e um desenho de homem, nem podem ser sinônimos, pois o grau de essência não é o mesmo para ‘vivente homem’ e para ‘vivente boi’. Mesmo deixando de lado os inteligíveis, não é possível definir essência; se fôssemos tomar o inteligível e o sensível, haveria algo diverso antes da essência de ambos, de que nada se predica. Portanto, deve-se procurar no mundo sensível o que se predica da forma, da matéria e de ambas. A ideia de um certo homem está em todos os homens e em cada um, mas esta é igual à ideia de um certo boi, assim não pode haver igualdade em essência; tem de haver algo anterior que não seja igual a nada, para não anular a ideia de essência, que não seria predicável, como uma forma que se realiza em algo simples, que por sua vez vem a ser predicável: certo homem, aquele homem, Platão, Sócrates etc.; o que é de alguém específico não caracteriza a essência. Mas é possível atribuir a alguém uma característica geral de outros semelhantes, como uma estirpe ou família, aí haveria gêneros diversos que se ligariam a um só, por parentesco.

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Tratado em que se faz a crítica às Categorias de Aristóteles (§ 1-24) e aos estoicos (§ 25-30). Os que buscaram a essência do que é, seja por gêneros seja por categorias, não seguiram a divisão completa desde os inteligíveis, que ficaram de fora, e se concentraram nas categorias do mundo sensível, assim não podem ser de modo homônimo ou sinônimo, pela definição de Aristóteles nas Categorias I 1a 1-15. Pois os gêneros não podem ser homônimos ao designar pela mesma razão um homem e um desenho de homem, nem podem ser sinônimos, pois o grau de essência não é o mesmo para ‘vivente homem’ e para ‘vivente boi’. Mesmo deixando de lado os inteligíveis, não é possível definir essência; se fôssemos tomar o inteligível e o sensível, haveria algo diverso antes da essência de ambos, de que nada se predica. Portanto, deve-se procurar no mundo sensível o que se predica da forma, da matéria e de ambas. A ideia de um certo homem está em todos os homens e em cada um, mas esta é igual à ideia de um certo boi, assim não pode haver igualdade em essência; tem de haver algo anterior que não seja igual a nada, para não anular a ideia de essência, que não seria predicável, como uma forma que se realiza em algo simples, que por sua vez vem a ser predicável: certo homem, aquele homem, Platão, Sócrates etc.; o que é de alguém específico não caracteriza a essência. Mas é possível atribuir a alguém uma característica geral de outros semelhantes, como uma estirpe ou família, aí haveria gêneros diversos que se ligariam a um só, por parentesco.