Descrição
O Passado Ainda nos Importa.
E esta Obra se Recusa a Desviar o Olhar
Oito décadas nos distanciam daquele Tribunal erguido entre as cinzas de um mundo devastado, mas não o suficiente para calar suas perguntas. Nuremberg não foi apenas a resposta inaugural a crimes sem nome – foi, sobretudo, um esforço da humanidade para não sucumbir à própria ruína. Julgar os algozes do século XX significou, antes de tudo, tentar restaurar o pacto civilizatório que a guerra havia despedaçado.
Nesta obra de fôlego, escrita com precisão teórica e rara sobriedade ética, o Autor revisita os fundamentos do Tribunal de Nuremberg não como quem descreve um monumento encerrado no tempo, mas como quem relê um texto ainda em curso. Entre memórias e princípios, entre categorias jurídicas e dilemas morais, emerge uma reflexão que não se deixa domesticar pelo distanciamento histórico.
Crimes contra a paz, crimes de guerra, crimes contra a humanidade – as figuras penais que tomaram forma no pós-guerra ganham aqui densidade crítica e releitura responsável. Longe de uma exaltação ingênua ou de uma denúncia simplista, o Autor analisa, com rigor e sensibilidade, os avanços, as ambiguidades e as ausências que atravessaram Nuremberg ─ e que, sob novas formas, persistem.
O Tribunal de Nuremberg – Oito Décadas Depois é, ao mesmo tempo, tratado e testemunho. Um livro para todos os que pressentem que a Justiça Internacional, embora imperfeita, continua sendo um recurso contra o esquecimento. Porque há julgamentos que, mesmo encerrados nos autos, permanecem abertos na consciência da humanidade.
Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho,
Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba.