Da volúpia do erro – pensamentos provisórios / Hildeberto Barbosa Filho

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Tenho observado que alguns usuários dessa plataforma, o Facebook, têm feito a lista dos livros que leram durante o ano que finda. Gosto muito de listas, mas tenho hesitado em fazer a minha. A propósito, tenho hesitado em fazer muitas coisas. A vida, como aquele esplêndido poema almejado por Valéry, nada mais é que a estranha hesitação entre som e sentido. Diria mais, já com Shakespeare, entre som e fúria. Mas, voltemos ao fascínio das listas. Para mim é simplesmente impossível enumerar meus títulos e meus autores. Leio muito e leio de tudo, como se ler tivesse (e tem) o peso e a graça da respiração. Não vou, portanto, citar nomes. Nem gêneros, nem modalidades, nem classificações. Se Arthur Rubenstein não conseguia conceber o mundo sem a música, eu não consigo concebê-lo sem a rotina e o êxtase da leitura. Se alguma coisa possui a rara espessura daquilo que sentimos como felicidade, essa coisa é justamente a leitura, na sua verdade, na sua beleza. Por que? Ora, porque ler é viver dentro do mistério e do milagre das coisas.

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Descrição

Tenho observado que alguns usuários dessa plataforma, o Facebook, têm feito a lista dos livros que leram durante o ano que finda. Gosto muito de listas, mas tenho hesitado em fazer a minha. A propósito, tenho hesitado em fazer muitas coisas. A vida, como aquele esplêndido poema almejado por Valéry, nada mais é que a estranha hesitação entre som e sentido. Diria mais, já com Shakespeare, entre som e fúria. Mas, voltemos ao fascínio das listas. Para mim é simplesmente impossível enumerar meus títulos e meus autores. Leio muito e leio de tudo, como se ler tivesse (e tem) o peso e a graça da respiração. Não vou, portanto, citar nomes. Nem gêneros, nem modalidades, nem classificações. Se Arthur Rubenstein não conseguia conceber o mundo sem a música, eu não consigo concebê-lo sem a rotina e o êxtase da leitura. Se alguma coisa possui a rara espessura daquilo que sentimos como felicidade, essa coisa é justamente a leitura, na sua verdade, na sua beleza. Por que? Ora, porque ler é viver dentro do mistério e do milagre das coisas.